Soja segue na defensiva e trabalha com ligeira baixa em Chicago na manhã desta 4ª feira
Na manhã desta quarta-feira (8), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago ainda trabalhavam em campo negativo, porém, com perdas mais tímidas. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam pouco mais de 4 pontos, com o novembro/15 valendo US$ 9,87 por bushel.
Nesta semana, com as notícias negativas chegando do mercado financeiro e a espera por um novo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deixa o mercado na defensiva, com os fundos de investimento optando por realização de lucros e a liquidação de parte de suas posições, segundo explicam os analistas.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
O mercado internacional da soja encerrou a sessão desta terça-feira (7) com mais de 30 pontos negativos nas posições mais negociadas, após operar o dia todo em campo negativo, porém, com volatilidade. Assim, os preços terminaram o dia abaixo dos US$ 10,00 por bushel.
Segundo analistas, a pressão severa sobre as cotações veio, neste pregão, ainda do nervosismo no mercado financeiro, bem como de perspectivas de uma melhora no cenário climático dos Estados Unidos, apesar das chuvas ainda acima da média no Meio-Oeste. O dólar em alta frente a uma cesta de principais moedas também contribuiu para a queda dos preços.
Ainda assim – e apesar de algum ligeiro recuo – as cotações da soja no mercado interno conseguiram sustentar patamares importantes com esse avanço do dólar. Em Paranaguá, o produto disponível fechou o dia com baixa de 1,36% e R$ 72,50 por saca, enquanto em Rio Grande, a queda foi de 1,22% para R$ 73,00. Já a soja futura, da safra nova, manteve os R$ 74,00 e caiu 1,7% para R$ 75,00, respectivamente.
Mercado Financeiro
No mercado financeiro, a principal preocupação ainda está sobre o impasse da economia da Grécia. As autoridades gregas não apresentaram uma proposta formal e concreta
para avançar nas negociações com seus credores internacionais em uma reunião do Eurogrupo e frustrou o mercado. A pressão sobre o governo é grande.
“Durante as últimas semanas e meses, o Eurogrupo foi muito cortês. Estamos preparados para fazer o que for necessário para reforçar a zona do euro e mantê-la unida”, disse Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo. Segundo ele, no entanto, não se pode admitir “um resultado que prejudique a credibilidade europeia”, conforme noticou a Veja.
Com esse quadro e mais notícias que chegam do financeiro, a aversão ao risco ainda é elevada e “os fundos optaram pela venda de commodities agrícolas e pela compra de dólares”, como explicou Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora.
O dólar, nesta terça, fechou com mais de 1% de alta e valendo R$ 3,1825, registrando o maior patamar desde 29 de maio e após bater na máxima do dia de R$ 3,2023. O estímulo para a moeda americana, além da Grécia, veio do cenário político interno que reflete o auge da crise no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, segundo explicam analistas.
Clima nos EUA
Outro fator de pressão sobre as cotações dos grãos no mercado futuro americano foi o boletim semanal de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado no final da tarde desta segunda-feira (6), o qual apresentou dados melhores do que o esperado.
“Os futuros dos grãos recuaram nesta terça-feira depois do boletim do USDA mostrar que as preocupações com as inundações no Meio-Oeste americano não são tão severas como antes. Os traders estão atentos agora ao boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta sexta-feira (10), com a atualização do relatório dos estoques do dia 30 e da área de plantio”, explica Bryce Knorr, analista de mercado do site internacional Farm Futures.
De acordo com o último reporte de acompanhamento de safras, o USDA apontou que o plantio da soja ainda não foi concluído – está em 96% da área, contra 100% do ano passado e da média dos últimos cinco anos – enquanto o índice das lavouras em boas/excelentes condições foi mantido em 63%. No entanto, em 2014, esse índice era de 74%.
“De maneira geral, o mercado adquiriu um novo patamar com base nos transtornos climáticos (da safra nova nos EUA) e como os menores estoques (de safra velha) constatados pelo USDA no relatório trimestral de estoques do ultimo dia 30. O que está ocorrendo agora é um reajuste da situação. Entendo que o mercado deve ficar mais próximo dos US$ 10, do que dos US$ 9 de 30/40 dias atrás”, acredita Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais.
Fonte: Notícias Agrícolas