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Soja: Semana de mais de 2% de baixa na CBOT e estabilidade no Brasil

Nesta sexta-feira (26), o mercado da soja fechou a última sessão da semana com baixas de dois dígitos na Bolsa de Chicago, com os principais vencimentos perdendo mais de 12 pontos.

Assim, nos últimos cinco dias, o vencimento novembro/14, referência para a nova safra dos Estados Unidos, caiu 2,99%, passando de US$ 9,38 por bushel, no fechamento da última segunda-feira (22), para US$ 9,10, mínima histórica para esse vencimento, segundo explicou o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest. Já o contrato maio/15, que se refere à temporada brasileira, recuou de US$ 9,58 para US$ 9,35, uma baixa de 2,40%.

À medida que a colheita avançava nesta semana nos Estados Unidos e se intensificava nos principais estados produtores do país, o mercado vinha sendo pressionado e caminhando para o temido patamar dos US$ 9,00 por bushel, segundo os analistas.

Paralelamente, as últimas previsões climáticas indicam tempo bom, quente e seco, com condições que favorecem o bom andamento dos trabalhos de campo. Na segunda-feira, dia 29, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seu novo boletim de acompanhamento de safras com  números atualizados sobre a colheita no país. As expectativas do mercado variam entre 9 e 11% para os trabalhos de campo até o próximo domingo (28).

A chegada efetiva dessa nova oferta norte-americana, portanto, ainda de acordo com Marcos Araújo, é um dos principais fatores de uma pressão mais acentuada para as cotações nesse momento do mercado futuro internacional.

No entanto, a elevação do dólar frente a uma cesta de moedas internacionais também contribui para um mercado mais ajustado. “Há uma forte relação entre o dólar mais alto e uma pressão sobre as commodities agrícola, é um reflexo negativo”, disse o analista. Com a moeda norte-americana mais alta fica menor a competitividade do produto norte-americano. Além disso, com a valorização do dólar, mais investidores migram de derivativos – ativos mais voláteis como as commodities – para a moeda, que é um ativo bastante seguro.

Ao mesmo tempo em que os fundamentos seguem dando o tom ao mercado, os fatores técnicos ajudam a compor o quadro, pelo menos momentâneo, negativo para os preços soja em Chicago, segundo explica o consultor de mercado Ênio Fernandes.

No Brasil – Plantio e comercialização

No Brasil, com o término do vazio do vazio sanitário em alguns estados e a chegada de boas chuvas em importantes regiões produtoras, o plantio da nova safra de soja teve início e traz boas expectativas para os produtores rurais. Segundo os últimos números do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), 1,7% da área de Mato Grosso já está semeada e, no Paraná, de acordo com informações do Deral (Departamento de Economia Rural), esse número chega a 7%.

Ao mesmo tempo, porém, a comercialização não avança no  mesmo ritmo e, segundo analistas, deve seguir travada à medida em que os produtores brasileiros apostam em melhores oportunidades de venda mais a frente. De acordo com Ênio Fernades, há 18% da produção brasileira já comprometida e, o volume que já tem preços travados está  perto dos 14%. “Depois que o mercado começou a cair, só acontecem negócios pontuais”, disse. “Esse vai ser um dos anos mais difíceis de comercializar, o produtor precisará ser muito preciso, a comercialização deve se estender até o segundo semestre do ano que vem, quando poderão ser registradas oportunidades mais saudáveis de preços”, completa.

Na semana, os preços praticados no mercado interno foram favorecidos pela alta do dólar, que fechou em R$ 2,41 e chegou a bater nos R$ 2,43 e pelos prêmios positivos pagos nos portos brasileiros, que fecharam a 62 cents sobre o valor praticado em Chicago para os vencimentos abril e maio/15 no porto de Paranaguá.

Assim, o preço da soja terminou a semana valendo R$ 56,00 no portos portos, com alta de 1,63% em Paranaguá e leve baixa de 0,88% em Rio Grande. No interior do país, alta de 3,81% para Cascavel/PR, com R$ 54,50; 0,98% em Não-Me-Toque/RS, com R$ 51,50 e 0,96% em Luís Eduardo Magalhães/BA, com R$ 52,50. Já em Tangará da Serra/MT e Jataí/GO, as cotações registram baixas de, respectivamente, 1,85% e 0,50%.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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