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Soja tem conjunto de fatores positivos e fecha o dia com fortes altas na Bolsa de Chicago

Com suporte na desvalorização do dólar frente às principais moedas internacionais – inclusive ao real – e no clima mais úmido no Meio-Oeste americano, os futuros da soja fecharam a sessão desta terça-feira com forte alta na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos encerraram o dia com mais de 14 pontos positivos, o julho/15 valendo US$ 9,40 e o novembro/15, referência para a safra dos EUA, US$ 9,17 por bushel.

No Brasil, apesar das boas altas registradas em Chicago, os preços apresentaram uma manutenção e registraram pequenas baixas nos portos em função da baixa do dólar. A divisa perdeu mais de 1% nesta terça-feira e terminou o dia com R$ 3,1346.

Assim, em Rio Grande, a soja disponível terminou o dia com R$ 68,50 por saca, estável e, em Paranaguá, baixa de 0,73% para R$ 68,00. Já para a safra 2015/16, os preços fecharam com R$ 73,50 e R$ 72,00, respectivamente. No interior do país, as mudanças também não foram muito severas.

 

Bolsa de Chicago –  O mercado internacional da oleaginosa trabalhou durante toda a sessão em campo positivo e foi, ao longo dos negócios, intensificando suas altas para ganhos de dois dígitos e recuperando alguns patamares importantes para as cotações. Entretanto, analistas e consultores ainda afirmam que os fundamentos da safra 2015/16 dos EUA seguem baixistas e ainda pesando sobre os preços.

Como explicou o analista de mercado do site internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer, “a maior perda diária do dólar (frente à cesta das principais moedas) desde 2011 motivou as compras (por parte dos fundos) no mercado de grãos e soja nesta terça-feira, com a oleaginosa e o trigo fechando o dia com altas de dois dígitos”.

Complementando o cenário positivo para os preços em Chicago nesta terça-feira entrou em cena algumas preocupações sobre as condições climáticas nos Estados Unidos, segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Há um excesso de chuvas em regiões importantes de produção no Corn Belt e novas previsões indicam que o quadro pode se manter em algumas localidades para os próximos dias.

Para estados como Iowa, por exemplo, que é um dos maiores produtores de soja do país, os mapas de clima começaram a indicar o risco de inundações ainda nesta semana, além de tempestades para o Nebraska na quinta-feira (4). Além disso, um mapa do NOAA – o departamento climático oficial do governo dos EUA – mostrou que a região do Meio Oeste, no período de 8 a 14 de junho, tem de 50 a 60% de probabilidade de registrar chuvas acima do normal para a época.

Ainda segundo Brandalizze, caso essas condições se confirmem e se estendam, o mercado poderia encontrar fôlego para dar continuidade à algumas novas altas. Entretanto, caso o quadro seja revertido, voltam a predominar as expectativas de uma grande safra vinda dos Estados Unidos e a espera por um bom desenvolvimento dos trabalhos de campo. O último boletim de acompanhamento de safras do USDA mostrou que, até domingo (1), já havia 71% da área de soja plantada, número que ficou ligeiramente abaixo dos 75% registrados no mesmo período de 2014. No próximo, o departamento já trará os índices das condições das lavouras.

O consultor da Brandalizze Consulting explica ainda que, o mercado vê a necessidade de se ajustar diante do comportamento dos produtores norte-americanos que precisam de um ambiente mais favorável para voltar a vender a soja da safra que está sendo plantada.

“O mercado, com os atuais patamares de preços, está observando uma ausência de vendedores no físico, e precisa se ajustar a isso em um nível mínimo que estimule os produtores a voltarem a participar dos negócios”, explica. E esses níveis, de acordo com Brandalizze, têm a meta de alcançar algo entre US$ 10,40 e US$ 10,50, ao unir valores em Chicago mais os prêmios no Golfo do México, o que não tem sido alcançado.

Paralelamente, Vlamir Brandalizze afirmou ainda que os números que mostraram um volume recorde de soja exportado pelo Brasil em maio, divulgado nesta segunda-feira, também favoreceram o terreno de alta para os preços na CBOT. “O relatório de maio que mostrou que o Brasil exportou um recorde de 9,34 milhões de toneladas de soja mostrou que ainda há uma forte demanda mundial no mercado”, disse.

Fonte: Notícias Agrícolas

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