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Soja tem mais um dia de pouca movimentação em Chicago nesta 5ª feira

Os futuros da soja iniciam a quinta-feira (18), operando em campo positivo na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h20 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 5 e 6 pontos, dando continuidade ao fechamento positivo da sessão anterior. O mercado internacional, segundo explicam analistas, vem observando o desenrolar da crise financeira internacional, principalmente as notícias que chegam da Rússia, a movimentação do dólar e o andamento das cotações do petróleo.

Paralelamente, entre os fundamentos, as atenções se voltam para os boletins semanais de embarques e vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que são reportados às segundas e quintas-feiras, e ao desenvolvimento da nova safra da América do Sul.

 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Depois de quarta-feira turbulenta, dólar fecha em R$ 2,70; soja recua no Brasil mas sobe na CBOT

Esta quarta-feira, 17 de dezembro, foi conturbada para o cenário macroeconômico mundial. Entre os destaques, o balanço traz o dólar fechando o dia frente ao real abaixo dos R$ 2,70, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerrando a sessão em campo positivo e mais notícias que chegam da Rússia alertando sobre a saúde econômica do país, as quais fizeram os preços do trigo subirem mais de 20 pontos na CBOT.

No Brasil, a reação do mercado da soja nos portos foi ligeiramente negativa e as cotações apresentaram algum recuo. Em Paranaguá, a soja com entrega para maio/15 perdeu 2,27% para terminar a R$ 64,50 por saca. No porto de Rio Grande, a soja futura ficou em R$ 66,50, caindo 1,04%, enquanto o produto disponível recuou 3,68% para R$ 65,50 por saca.

 

Soja em Chicago

Na Bolsa de Chicago, apesar das oscilações pouco expressivas, o mercado apresentou uma certa volatilidade nesta quarta-feira, testando os dois lados da tabela. No início do dia, o mercado sentiu uma ligeira pressão, porém, foi se recuperando ao longo dos negócios para terminar o dia com ganhos de 3,50 a 5,25 pontos entre os principais vencimentos. A posição janeiro/15 ficou em US$ 10,27 por bushel, enquanto o maio/15, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 10,41.

Segundo explicou o analista de mercado da Jefferies Corretora, Stefan Tomkiw, os investidores e traders se “decepcionaram” com o acordo firmado entre a delegação chinesa e traders norte-americanos na compra de soja dos EUA por parte da nação asiática e não foi reportado nos relatórios diários de venda divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

O acordo firmou a aquisição de pouco mais de 1 milhão de toneladas com entrega em 2015, enquanto o mercado apostava em algo entre 2,5 milhões e 4 milhões de toneladas.

“Cada um dos contratos assinados foram para algo entre 100 mil e 200 mil toneladas. Nós sabemos que as compras acontecerão ano a ano, mas cerimônias como essa servem para fortalecer a relação com nosso maior cliente”, disse um trader de soja dos EUA que não quis se identificar.

No entanto, ao longo do dia, o mercado observou a escalada dos preços do trigo em Chicago, que terminaram o dia com mais de 20 pontos de alta nos seus principais vencimentos. A alta do grão motivou uma retomada das cotações da oleaginosa que, em seguida, se estabilizaram para terminar o pregão com essa leve alta.

Daqui para frente, o que mercado observa, pelo menos até o final de 2014, é o desenvolvimento da safra na América do Sul e o comportamento da demanda, segundo explicou Vinícius Ito, também analista da Jefferies. “E por conta dessas incertezas e de uma demanda aquecida, não vemos o mercado caindo muito até o final do ano”, diz. Assim, o mercado, também de acordo com os analistas, se mantém no intervalo dos US$ 10,00 a US$ 10,50 em Chicago.

O mercado tem se mostrado bastante comprador nessa safra e é essa demanda consistente, segundo analistas, que tem limitado o recuo dos preços da soja no cenário internacional e mantendo um suporte importante para os negócios, segundo explicam analistas.

Aos poucos, segundo explicou o analista de mercado Vinícius Ito, da Jefferies Corretora, de Nova York, as compras devem se voltar para a América do Sul e os embarques de soja brasileira devem se acentuar em fevereiro. Nas últimas semanas, no entanto, alguns volumes já foram reportados.

A baixa que foi registrada pelo mercado neste ano para a commodity foi um dos fatores, ainda segundo Ito, que motivaram esse expressivo aumento no consumo, já refletido em um ritmo bem mais acelerado nos embarques e vendas para exportação nos Estados Unidos nesta temporada 2014/15, por exemplo.

Como mostram números do USDA, no acumulado do ano comercial, os embarques de soja já totalizam 25,6 milhões de toneladas e as vendas para exportação passam de 40 milhões de toneladas, enquanto a estimativa do departamento para as exportações em toda a temporada é de 47,9 milhões de toneladas.

O mercado espera agora os números das importações de soja da China em dezembro e as expectativas, ainda de acordo com o analista da Jefferies, devem atingir um volume recorde e chegar a algo entre 7,5 milhões e 8 milhões de toneladas.

 

Queda do Dólar

Nesta quarta-feira, o dólar tentou dar continuidade à forte alta registrada na sessão anterior, porém, perdeu força ao longo do dia para fechar em campo negativo, com baixa de 1,4%, a R$ 2,6959.

Segundo explicam os analistas, um dos fatores de pressão sobre o dólar foi o anúncio de algumas medidas do governo da Rússia para o setor financeiro – como o aumento do prazo para a moratória sobre empréstimos e a permissão para os bancos de trabalharem com as taxas de câmbio do último trimestre – o que fez com que o a moeda norte-americana caísse 7,5% frente ao rublo, a divisa russa.

A tentativa de é flexibilizar a regulamentação para bancos com o objetivo de estabilizar o sistema financeiro nacional, de acordo com a apuração do Estadão. Assim, a valorização veio não só para o rublo, mas para demais moedas de economias emergentes, como o real, por exemplo.

Paralelamente, o anúncio do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que os leilões de swaps cambiais continuarão em 2015. A oferta diária deverá ser de algo entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões.

Completando o cenário, o Federal Reserve, o banco central norte-americano, reduziu sua previsão para a taxa básica de juros dos EUA no final de 2015, trazendo assim a sinalização de que a promessa de manter a taxa perto de zero por “um tempo considerável” pode não se manter.

 

Cenário Econômico

Apesar da quarta-feira cheia de informações, notícias e turbulência, o movimento do dia foi inverso do registrado nesta terça, quando uma onda de pânico generalizado se instalou no mercado.

Os mercados globais e os investidores ainda transparecem uma intensa aversão ao risco e uma migração para ativos mais seguros, no entanto, reconheceram, segundo analistas, que “exageraram no pessimismo”. O petróleo, nesta quarta, por exemplo, terminou o dia com leve baixa em Nova York, porém, acima dos US$ 55,00 a US$ 56,21 o barril.

“Quando viu o rublo subindo, o mercado decidiu que exagerou no pessimismo ontem (terça-feira). Foi uma onda de alívio global”, afirmou o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala à agência Reuters.

Fonte: Notícias Agrícolas

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