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Soja tem manhã de 6ª feira do lado negativo da tabela na CBOT, mas mantendo estabilidade

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltam a recuar na sessão desta sexta-feira (21). O mercado mantém sua volatilidade acentuada e ainda buscando definir um direcionamento. Entretanto, continua aguardando e acompanhando o desenvolvimento e a conclusão da nova safra dos Estados Unidos, e esse tem sido, no momento, uma das principais influências para a formação dos preços.

Assim, por volta das 8h10 (horário de Brasília), as cotações da oleaginosa perdiam entre 3 e 6 pontos nos principais vencimentos, porém, mantendo ainda o patamar dos US$ 9,00 por bushel.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Mercado fecha o dia com altas de 12 a 18 pontos em Chicago, mas preços no BR não acompanham

A volatilidade tem sido protagonista no mercado internacional da soja e após três sessões consecutivas de perdas expressivas, os futuros da oleaginosa parecem ter retomado – mesmo que momentaneamente – o fôlego para encerrar a quinta-feira (20) com altas de 12 a 18 pontos entre as posições mais negociadas na Bolsa de Chicago, com todas elas acima dos US$ 9,00 por bushel. O contrato setembro/15 encerrou o dia valendo US$ 9,21 por bushel, enquanto o novembro/15, referência para a safra brasileira, ficou com US$ 9,07, após bater na máxima do pregão de US$ 9,09.

Como explicaram analistas, nacionais e internacionais, as cotações registraram um pregão de recuperação após as recentes e expressivas baixas, além de encontrarem suporte ainda nos bons números das vendas semanais para exportação dos Estados Unidos divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim semanal. O dólar mais baixo frente a um série de moedas contribuiu para a retomada dos futuros da oleaginosa.

“Nada de fundamental ocorreu. O mercado está trabalhando em um intervalo de preços (tem os US$ 9,00 como suporte) e esse movimento será natural até o final do mês. Teremos um momento negativo entre fim de agosto e início de setembro, mas não acredito em uma sustentação das baixas por muito tempo”, diz Ênio Fernandes, consultor em agronegócio.

A opinião de Matt Pierce, trader da Futures International em entrevista ao site internacional Agriculture.com é semelhante e afirma que as notícias desta quinta-feira foram mais leves para o mercado. “O mercado está buscando encontrar um fundo, e a soja se sustenta ainda nos US$ 9,00, que é um patamar psicológico importante”, diz.

Paralelamente, há ainda as informações do Crop Tour Pro Farmer chegando ao mercado internacional e, apesar de não indicarem uma nova tendência de alta para as cotações com os novos dados, como explica o editor do Agriculture.com, Mike McGinnis, as informações trazem um redimento para as lavouras norte-americanas menores do que as últimas estimativas do USDA.

“Duas empresas de pesquisa no campo estão nos Estados Unidos trazendo números dos cinco principais estados pordutores mostrando que o rendimento do milho está menor do que o divulgado no último relatório de oferta e demanda do USDA. A soja também tem sido divergente em relação ao relatório, mas ainda há um bom período de desenvolvimento e 63% das lavouras estão em condições boas e excelentes (até a última segunda-feira, 17), mesmo padrão da semana anterior. Porém, essa pesquisa deve trazer novos números de rendimento para soja e milho e aí sim teremos um novo caminho de tendência para o médio prazo”, explica Mário Mariano, consultor de mercado da Novo Rumo Corretora.

Preços no Brasil

O dólar recuou 0,81% nesta quinta-feira frente ao real e fechou o dia em R$ 3,4596. A pressão sobre a moeda norte-americana, segundo especialistas ouvidos pela agência Reuters, veio de uma cena política menos tensa no Brasil – embora ainda gerando desconfiança e preocupação – e das “expectativas de entradas de recursos no país graças ao plano de regularização de recursos externos proposto pelo governo”.

Dessa forma, as altas para os preços da soja no Brasil acabaram ficando mais limitadas ou as cotações ainda exibiam alguma perda. Em Rio Grande, o produto disponível subiu 0,26% para R$ 77,10, enquanto o futuro teve ganho de 0,78% para encerrar o dia com R$ 77,30 por saca. Já em Paranaguá, queda de 0,65% no disponível – para R$ 77,00 – e de 1,32% no futuro – para R$ 75,00/saca.

Os negócios no mercado brasileiro, entretanto, estão travado neste momento. Após terem realizado boas operações nas últimas semanas em virtude dos melhores momentos trazidos pelo mercado, os produtores agora estão retraídos e aguardando por novas oportunidades de venda. Da nova safra brasileira, cerca de 30 a 35% já estão comercializados.

USDA – Exportações Semanais dos EUA

Na semana que terminou em 13 de agosto, os EUA venderam 830,8 mil toneladas de soja – entre safras nova e velha – e o total ficou dentro das projeções dos traders, que variavam de 500 mil a 1,050 milhão de toneladas. Na semana anterior, esse número foi de 756,8 mil toneladas.

Foram vendidas 46,4 mil toneldas da temporada 2014/15 e mais 784,4 mil da 2015/16. Com esse volume, no acumulado do atual ano comercial – que se encerra em 31 de agosto – chegou a 51.935,30 milhões de toneladas, contra a perspectiva do USDA de vendas de 49,7 milhões de toneladas. Da safra velha, o principal destino das vendas foi a Holanda e, da velha, a China, que adquiriu 784,4 mil toneladas.

No caso do farelo de soja, as vendas semanais dos EUA superaram as expectativas – de 25 mil a 225 mil toneladas – ao totalizarem 232,8 mil toneladas. Foram vendidas 62,8 mil da safra velha, sendo a Venezuela o maior comprador, e 170 mil da nova, e as Filipinas como principal destino. As operações da temporada atual estão 10% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Sobre o óleo de soja, o boletim do USDA mostrou as vendas em 7,100 mil toneladas da safra 2014/15 e a Venezuela como principal compradora. As expectativas do mercado variavam de 0 a 15 mil toneladas.

Fonte: Notícias Agrícolas

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