Soja tem melhor momento da safra 2014/15 e fecha semana a R$ 65 em Rio Grande
O mercado internacional da soja fechou a sessão desta sexta-feira (7) em campo positivo na Bolsa de Chicago. O contrato janeiro/15 subiu 0,68% na semana e ficou em US$ 10,36 por bushel, enquanto o ganho semanal do maio/15, referência para a safra brasileira, foi de 0,48% com fechamento de US$ 10,39. A semana foi bastante agitada para os futuros da oleaginosa, com uma série de fatores caminhando juntos para a formação dos preços. Além disso, o mercado ainda presenciou uma presença maciça dos fundos de investimento sobre o negócios, acentuando a volatilidade, e também uma movimentação bastante expressiva do dólar frente à cesta das principais moedas.
E foi essa movimentação do dólar que elevou os preços da soja nos portos brasileiros nesta sexta-feira, fazendo o mercado fechar a semana com o melhor momento da temporada no porto de Rio Grande – R$ 65,00 por saca para o produto com entrega maio/15. A alta na semana foi de 2,36%. Já o produto disponível acumulou uma alta ainda mais expressiva de 3,66% e passou de R$ 64,50 para R$ 67,00. No porto de Paranaguá, o ganho semanal foi de 0,8% com R$ 63,00 no fechamento desta sexta.
O dólar fechou o dia quase estável ante o real, segundo mostra a agência Reuters, porém, ao longo da sessão se aproximou dos R$ 2,60, bateu nos R$ 2,60 e assim, a alta acumulada na semana é de surpreendentes 3,4%. De nove das últimas semanas, o dólar subiu durante oito e tem uma alta nesse período de quase 15%, ainda segundo informações da Reuters. “O mercado vai continuar se protegendo no dólar enquanto não tivermos mais detalhes sobre o futuro”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo à agência de notícias.
Esses bons preços têm estimulado os produtores brasileiros a aquecer um pouco mais o ritmo dos negócios da safra 2014/15 ao avançarem um pouco mais nas fixações, segundo o analista de mercado Stefan Tomkiw, da Jefferies Corretora. “Os produtores têm aproveitado esses bons momentos e isso pode manter o ritmo dos negócios um pouco mais razoável nos próximos dias”.
No interior do país, os preços também passam por um bom momento no interior do país e registraram altas de 1,69 a 3,54% de alta entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Em Cascavel/PR, a cotação fechou a semana a R$ 60,50, a R$ 60,00 em Londrina e R$ 58,00 em Não-Me-Toque/RS. Em Mato Grosso do Sul, as principais praças têm preços acima dos R$ 60,00.
Com a oferta do produto da safra 2013/14 já muito ajustada, uma demanda interna muito aquecida e o mercado interno se descolando do futuro norte-americano, em algumas praças de comercialização no interior do país os valores chegam a estar acima da paridade de exportação.
Segundo explicou o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, que fica em Cascavel, no oeste do Paraná, nem mesmo a queda registrada pelos preços da soja em algumas sessões desta semana na Bolsa de Chicago pressionaram os preços no interior, os quais seguem no mesmo nível. “Ou seja, os preços estão acima de paridade e sendo definidos pelas pressões locais e regionais de oferta e demanda”, diz.
Bolsa de Chicago
As altas na Bolsa de Chicago, ainda segundo Tomkiw, foram motivadas ainda pelo bom momento do farelo. Na semana, o vencimento dezembro/14 passou de US$ 372,70 para US$ 392,30 por tonelada curta, acumulando altas de 5,26%. No maio, esse ganho foi 3,88% e a semana fechou com US$ 348,30. “O mercado ainda sente uma demanda muito forte pelo farelo, além de problemas com a logística para a distribuição desse produto, que vem competindo com a energia”, explicou o analista da Jefferies.
Para Tomkiw, esse cenário ainda tem alguma força e deve continuar influenciando o mercado da soja em grão, dando sustentação às cotações da commodity. No entanto, alerta para a divulgação do novo boletim de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima segunda-feira (10) com a possibilidade de aumento na safra norte-americana, que vem reportando altos índices de produtividade.
Fonte: Notícias Agrícolas