Soja tem pregão de estabilidade em Chicago nesta 4ª após início de semana turbulento
Na sessão desta quarta-feira (26), os futuros da soja novamente operavam em campo negativo na Bolsa de Chicago, porém, com estabilidade. Entre as posições mais negociadas, as baixas variavam entre 2,50 e 3,25 pontos, com o contrato setembro/15 valendo US$ 8,91 e o novembro, referência para a safra americana, com US$ 8,74 por bushel.
O mercado vem buscando um equilíbrio depois de mais um início de semana turbulento, sentindo, principalmente, o impacto das últimas notícias vindas do mercado financeiro. Ao mesmo tempo, acompanha seus fundamentos e as boas condições previstas para a conclusão da nova safra dos Estados Unidos.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Após trabalhar durante toda a sessão em campo positivo na Bolsa de Chicago, os futuros da soja encerraram o pregão desta terça-feira (25) próximos da estabilidade. Entre os principais vencimentos, as altas ficaram entre 1,50 e 3,75 pontos. Ao longo dos negócios, as posições mais negociadas chegaram a subir mais de 14 pontos e o contrato novembro/15, referência para a safra norte-americana, que fechou valendo US$ 8,77 por bushel, bateu na máxima de US$ 8,89 por bushel. No setembro/15, o maior valor registrado foi de US$ 9,08 para encerrar com US$ 8,93.
No Brasil, os preços praticados nos portos acompanharam essa volatilidade e também encerraram o dia exibindo algumas baixas no fechamento desta terça, após registrar níveis importante ao longo do dia, como aconteceu no terminal de Rio Grande. Esse movimento foi registrado mesmo com um dólar voltando a subir – após um início de pregão em queda – para fechar o dia com mais de 1% de alta e cotado a R$ 3,597, depois de bater na máxima de R$ 3,6084, pela primeira vez em mais de 12 anos.
No porto gaúcho, a soja disponível – que chegou a superar os R$ 78,00 no meio do dia – terminou os negócios com R$ 75,30 por saca, caindo 3,34% em relação ao último valor desta segunda (24). Em Paranaguá, o preço subiu 1,3% e ficou em R$ 78,00. Já para a soja da safra nova, com entregas para março e maio/16, respectivamente, os preços fecharam com R$ 77,50 e R$ 75,00, respectivamente, e altas de 0,65% e 2,74%. Em Santos, o preço se manteve em R$ 76,70 por saca.
No interior do país, porém, o dia foi positivo para quase todas as principais praças de comercialização. Entretanto, os analistas seguem alertando para os custos de produção – principalmente para os produtores que ainda não estão com suas compras fechadas ou aqueles que estão com seus custos em dólar – diante desse avanço da taxa cambial.
Em Não-Me-Toque/RS, por exemplo, o preço subiu 1,54% para R$ 66,00 por saca; em Ubiratã, Londrina e Cascavel/PR valor em R$ 64,00, com altas de 0,79%, 1,59% e 2,40%. Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis/MT, mantiveram seus valores estáveis em R$ 60,00 e R$ 58,00 por saca.
Bolsa de Chicago
Os ganhos na Bolsa de Chicago, apesar de mais tímidos no encerramento da sessão, refletiram, como explicou o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, uma correção técnica depois das severas baixas registradas no pregão anterior, quando chegaram a superar os 30 pontos. O movimento é conhecido pelo mercado como “turnaround tuesday” ou “terça-feira da virada”.
Ainda segundo Araújo, as notícias positivas que chegaram da China nesta terça também contribuíram para um melhor humor dos mercado internacionais e com a soja isso não foi diferente. O Banco Central chinês anunciou uma redução nas taxas de juros e um afrouxamento nas taxas de compulsório pela segunda vez em dois meses. Para o analista, entretanto, apesar de se tratar de uma pontual influência positiva para o mercado e de trazer alguma tranquilidade para os investidores, seu impacto é momentâneo e a informação é insuficiente para reverter uma tendência para a a commodity, que neste momento é de pressão.
Além disso, dois anúncios pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de novas vendas de soja da safra nova – uma de 120 mil e outra de 210 mil toneladas entre estas segunda e terça-feiras – contribuíram para essa tentativa de recuperação das cotações na CBOT.
O mercado internacional conta ainda com outros fator importante, que é a paralisação da comercialização na Argentina de produtos agropecuários por uma semana em protesto contra o governo. O comunicado foi divulgado no site Sociedade Rural Argentina (SRA), em parceria com as Confederações Rurais Argentinas (CRA) e Confederação Intercooperativa Agropecuária (Coninagro).
Em nota a SRA afirmou que a cessação da comercialização agrícola terminará a 00h00 da próxima sexta-feira (28). A medida tem como objetivo destacar a “situação econômica crítica que se encontram os produtores e da total falta de resposta do governo federal”, ressalta o comunicado.
Clima nos EUA
Paralelamente, o clima nos Estados Unidos continua a ser acompanhado de perto, uma vez que será necessário trazer boas condições para a conclusão da safra 2015/16 do país nestes últimos dias de agosto e primeiros de setembro.
“Temos poucas ameaças climáticas aparentes para a cultura que está, em sua maioria, na fase de amadurecimento”, disse Bob Burgdorfer. Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou que cerca de 85% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos.
No período de 30 de agosto a 3 de setembro, o NOAA – Serviço Oficial de Meteorologia do país, aponta para chuvas abaixo da média, mas as temperaturas deverão ficar acima da normalidade, segundo o indicado nos mapas abaixo. Já a Somar Meteorologia, indicou nesta terça-feira que as chuvas poderão ficar acima da média ao longo do mês de setembro, quando a colheita tanto do milho quanto da soja deverá ser intensificada nos EUA.
Fonte: Notícias