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Soja tem realização de lucros com colheita nos EUA dentro do esperado

Após forte alta registrada na sessão anterior, os futuros da soja, nesta terça-feira (7), trabalham realizando lucros na sessão eletrônica da Bolsa de Chicago e, por volta das 7h30 (horário de Brasília), registrava ligeiras baixas de pouco mais de 6 pontos nos principais vencimentos.

Ontem, o mercado fechou o dia com ganhos superiores a 30 pontos de olho nas condições adversas de clima para a colheita que está em andamento no Meio-Oeste americano. O excesso de chuvas compromete os trabalhos de campo e faz com que os mesmos acontençam em um ritmo um pouco mais lento esse ano.

Apesar disso, no final da tarde desta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou seu boletim de acompanhamento de safras e mostrou o índice de colheita até o último domingo (5) em 20%, número que ficou dentro das expectativas do mercado, que variavam de 20 a 25%. Entretanto, o número fica bem abaixo da média dos últimos cinco anos para esse intervalo que é de 35%.

Segundo analistas, apesar dessas condições de clima mais frio estarem sendo registradas, o mercado parece não ter “comprado” a situação como um grande problema. Os reportes de produtividade têm sido bastante positivos e, no final da semana, o departamento traz um novo boletim de oferta e demanda e pode corrigir seus números de produção e produtividade para cima, o que poderia provocar novas baixas para as cotações.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Clima atrasa colheita nos EUA e plantio no Brasil e soja fecha com forte alta

Com o mercado voltando a focar o cenário climático nos Estados Unidos – e também no Brasil – os preços da soja subiram mais de 3% nesta segunda-feira (6) e fecharam a sessão regular com altas de 29 a 30 pontos na Bolsa de Chicago. Acompanhando o mercado da soja em grão, os futuros do farelo e do óleo também registraram ganhos significativos na CBOT.

Os investidores, nesse primeiro pregão da semana, voltaram sua atenção para o atraso na colheita da safra norte-americana causada pelo excesso de chuvas no Meio-Oeste do país e, ao mesmo, o atraso do plantio no Brasil, com importantes regiões produtoras também sofrendo com condições climáticas adversas.

Além disso, um movimento do mercado financeiro frente ao recuo do dólar diante do real e de demais moedas também favoreceu a alta dos preços, que foi observada não só no mercado da soja, mas entre todas as commodities agrícolas.

Outro fator positivo para o mercado nesta segunda-feira foram números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a demanda mundial pela soja norte-americana. O boletim de inspeções de exportações mostrou que os embarques semanais de soja cresceram consideravelmente e passaram de de 687,19 mil para 974,34 mil toneladas em uma semana. Assim, no acumulado do ano, os embarques de soja norte-americanos já totalizam 2.475,33 milhões de toneladas, contra 1.822,19 milhão do mesmo período na temporada 2013/14.

Para todo o ano comercial 2014/15, o USDA acredita que os Estados Unidos exportarão 46,3 milhões de toneladas de soja.

“Há uma demanda muito consistente pela soja norte-americana e uma possibilidade de crescimento”, acredita o consultor de mercado Flávio França Júnior.

 

Mercado Interno

Apesar da forte alta registrada pelos preços em Chicago, no mercado interno os impactos foram mais moderados, uma vez que a alta veio acompanhada de uma expressiva queda do dólar. A moeda norte-americana fechou o dia perdendo 1,86% e cotada a R$ 2,42. Na abertura da sessão, o ativo chegou a perder mais de 4% motivado pelo resultado do 1º turno das eleições, que levou o candidato do PSDB Aécio Neves a disputar a segunda etapa da corrida presidencial com Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, a Bovespa disparou, com fortes altas registradas para as ações da Petrobras, diante da  maior confiança do mercado financeiro na eleição de Aécio, segundo explicam consultores e analistas.

Nos portos, os preços não se comportaram de maneira uniforme. Em Rio Grande, o preço da soja com entrega em maio/15 subiu 1,40% e fechou em R$ 58,00, já em Paranaguá, o dia terminou com R$ 56,00 por saca, com indicativos chegando até a encostar nos R$ 55,00. No interior, as cotações também apresentaram estabilidade na maior parte das praças de comercialização, com exceção de uma valorização em Luís Eduardo Magalhães, de 0,58% para R$ 52,00 por saca e de 0,95% em Campo Novo do Parecis para R$ 53,00.

 

Chuva e frio nos EUA

Nos Estados Unidos, o excesso de chuvas vem comprometendo o avanço dos trabalhos de colheita em estados importantes na produção como Iowa, Nebraska, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Minnesota e Wisconsin. As previsões para as próximas semanas indicam que as precipitações devem continuar e podem continuar atrapalhando.

Além das chuvas excessivas, o tempo também está bastante frio na região do Corn Belt e algumas lavouras plantadas mais tarde podem sofrer com essas condições. Foi um final de semana de temperaturas negativas, principalmente, na parte superior do Meio-Oeste e nas planícies do Norte.

Com isso, algumas geadas chegaram a campos de soja e milho, porém, sem causar danos ou prejuízos de larga escala dado o bom desenvolvimento das plantas até agora. No entanto, o cenário vem exigindo atenção dos produtores e atraindo os olhares dos investidores.

Para Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest, no entanto, esse não é um quadro de muita preocupação e não deve fazer com que os preços mantenham uma alta consistente por conta desse fator.

Na próxima sexta-feira, 10 de outubro, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda e, ainda de acordo com o analista, as expectativas são de um aumento nos números de produtividade tanto de soja quanto de milho e, consequentemente, nas estimativas de produção, que são recorde.

As projeções do mercado para a nova safra de soja dos EUA têm variado de 105 a 110 milhões de toneladas.

“Eu não acredito que já haja um fato real de grandes quebras na safra americana, o efeito de geadas ou de uma possível neve, e eu não acredito, portanto, que seja um grande problema”, afirma Araújo.

 

No Brasil, atraso no plantio

No Brasil, faltam chuvas, principalmente no Centro-Oeste, para o avanço do plantio da nova safra de soja e, aos poucos, o mercado deverá voltar sua atenção para o cenário climático brasileiro para direcionar o mercado. No município de Sorriso, em Mato Grosso, as chuvas são irregulares e dificultam o bom andamento da semeadura.

Segundo o presidente do sindicato rural local, Laércio Pedro Lenz, as previsões indicam a regularização das precipitações somente a partir da segunda quinzena de outubro e, por conta disso, os trabalhos de campo estão parados.

“Eu acredito em uma sustentação se essa situação continuar, ou seja, se as chuvas não vierem e continuar o atraso do plantio, mas ainda estamos somente no início da safra 2014/15 aqui no Brasil”, acredita o analista.

Porém, enquanto a seca não permite que o produtor do Centro-Oeste avance com o plantio, na região Sul o excesso de chuvas também atrasa o plantio. Um levantamento da AgRural divulgado hoje pela Reuters mostrou que apenas 3% da área brasileira já foi semeada, contra a média de 4% dos últimos cinco anos.

“No Paraná, onde até a semana passada o plantio estava adiantado em relação a 2013, os grandes volumes de chuva registrados nesta semana impediram a entrada das máquinas em praticamente todo o Estado”, disse a AgRural em relatório semanal.

Fonte: Notícias Agrícolas

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