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Soja testa os US$ 10 em Chicago, mas volta a subir e fecha em alta nesta 4ª feira

Depois de testar e peder o patamar dos US$ 10,00 por bushel, as cotações da soja voltaram a subir e fecharam a sessão desta quarta-feira em campo positivo na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos encerraram o dia com ganhos entre 4,25 e 5,25 pontos, com o março/15, o contrato mais negociado no momento, valendo US$ 10,09 por bushel.

Segundo explicou o analista de mercado Gustavo Schnekenberg, da Agrinvest, os investidores voltaram a se focar no contínuo crescimento da demanda mundial pela oleaginosa e as expectativas agora são sobre os boletins que serão divulgados nesta quinta-feira (15) de esmagamento de soja nos EUA e das vendas semanais para exportação a ser trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O mercado acredita que esse volume das vendas possa ficar entre 700 mil e 900 mil toneladas, e para o processamento é esperado um recorde histórico nos EUA – de 4,52 milhões de toneladas – e, caso isso se confirme, os preços podem vir a trabalhar em patamares mais elevados, explica o analista. Ainda nesta quinta, o mercado espera também pelo relatório de área da consultoria Informa Economics para a nova safra norte-americana.

“Rompendo esse patamar dos US$ 10,00 e não conseguindo se manter abaixo, a soja voltou tecnicamente a operar acima disso para fechar com US$ 10,09 no vencimento março. Na conjuntura atual, isso mostra que ainda não há condições de mercado nesse momento para a soja trabalhar abaixo dos US$ 10,00 por bushel, com as exportações e o esmagamento no mercado norte-americano”, explica Schnekenberg.

Para consultores e analistas, o mercado, aos poucos, irá se voltar aos seus fundamentos, principalmente de clima e demanda, que se mostram favoráveis a uma recuperação dos preços. Há situações de clima adverso na América do Sul, prejudicando o potencial produtivo das lavouras, e boas notícias vindas do lado da demanda.

Nesta temporada, o clima tem sido uma preocupação desde o início do plantio da soja. Em muitas localidades, especialmente no Centro-Oeste, o cultivo da oleaginosa ficou atrasado devido à ausência de chuvas. Com o início da colheita em algumas localidades, o que já se percebe é que as lavouras plantadas mais cedo, as mais precoces, são as que sofrem mais e já apresentam uma produtividade mais baixa do que as projeções iniciais.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou, na última sexta-feira (9), sua estimativa para a safra brasileira de soja em 95 milhões de toneladas. No entanto, o número é resultado de um período de estudo e levantamento em que as lavouras não vinham sofrendo tanto com o quadro climático e deverá ser revisada, segundo consultores e analistas de mercado, já que a colheita não deverá alcançar esse número.

Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, a safra brasileira dificilmente passará de 93 milhões de toneladas e estima algo entre 91 e 93 milhões. Sua expectativa é semelhante à última projeção da consultoria FCStone, de 93,5 milhões de toneladas.

O padrão climático que tem sido observado no Brasil já há algumas semanas, e que têm prejudicado quase todas as culturas brasileiras, deve se estender até o final da próxima semana. Segundo o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, essa irregularidade no regime de chuvas continua e ainda deve trazer muita preocupação aos produtores rurais.

As regiões mais afetadas tem sido o Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do país, onde as chuvas são apenas pancadas isoladas e de baixo volume, insuficientes para recompor o déficit hídrico severo em algumas localidades. Dessa forma, as condições já têm provocado até mesmo a morte das plantas em determinadas áreas.

 

Veja mais informações sobre as adversidades climáticas e os impactos sobre a safra região por região

Do lado, da demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou, nesta quarta, uma nova venda de soja em grão. Foram 202,750 mil toneladas para destinos desconhecidos e, desse total, foram 102,750 mil da safra 2014/15 e 100 mil da 2015/16.

A demanda pela soja, que é o maior alimento da humanidade, está constituída, e, a diante, as cotações devem reagir e se ajustar aos fatos. “A partir do movimento de vendas da soja é que se dá continuidade à toda a cadeia (…) E a demanda mundial por alimentos é evolutiva e crescente, principalmente pelo advento da Ásia”, afirma o consultor de mercado Liones Severo, do SIM Consult. “A oferta é consequência da demanda existente”, completa.

Mercado Interno

No mercado interno, os preços da soja sentiram, mais uma vez, a pressão de um dólar mais fraco. Nesta quarta, a moeda norte-americana fechou o dia recuando 0,59% a R$ 2,6213 e, na mínima da sessão, chegou aos R$ 2,6007.

“O mercado está sensível à questão do Fed e a surpresa com as vendas no varejo (nos EUA) dá argumentos para quem acredita que os juros ainda vão demorar para subir lá”, afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno à agência Reuters.

Além disso, a divisa foi influenciada ainda pelos preços do petróleo que, novamente, teve seu mercado marcado por tensão e volatilidade.

Assim, a soja com entrega maio/15 no porto de Rio Grande fechou o dia valendo R$ 61,50, com queda de 1,28%; enquanto o produto disponível encerrou os negócios a R$ 63,80, perdendo 1,09%. Já em Paranaguá, a soja para abril/15 subiu 0,66% e ficou em R$ 61,40 por saca. No interior do país, os preços também recuram em quase todas as praças pouco mais de 1,7%.

Fonte: Notícias Agrícolas

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