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Soja trabalha com leves baixas na Bolsa de Chicago nesta 3ª; colheita nos EUA está em 7%

Os futuros da soja recuam na manhã desta terça-feira (22) na Bolsa de Chicago. Depois de encerrar a primeira sessão da semana com bons ganhos, o mercado internacional voltou ao lado negativo da tabela, ainda sentindo a pressão da nova safra norte-americana, apesar de algum suporte da demanda que ainda pode ser computado pelas cotações.

Assim, por volta das 7h50 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 3,75 e 5 pontos, levando o contrato maio/16 aos US$ 8,81 por bushel. Já o contrato novembro/15 valia, no mesmo momento, US$ 8,69.

A commodity reflete ainda os últimos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde desta segunda-feira (21) em seu boletim semanal de acompanhamento de safras. O reporte mostrou um aumento no índice de lavouras em boas/excelentes condições no país de 61% para 63%. Além disso, já trouxe ainda os primeiros números oficiais da colheita norte-americana, a qual já está concluída em 7% da área.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Na sessão desta segunda-feira (21), os futuros da soja fecharam o dia em alta na Bolsa de Chicago. Entre os principais vencimentos, os ganhos variaram de 7 e 7,50 pontos, com o contrato novembro/15, referência para a safra norte-americana, fechando o dia com US$ 8,74 por bushel, e o maio/16, indicativo para a produção do Brasil, com US$ 8,85. A oleaginosa operou durante todo o dia do lado positivo da tabela, bem como milho e trigo, que também subiram nesta segunda na CBOT.

“Entendo que esse mercado deve continuar recebendo pressão sazonal do período de colheita, mas, aos poucos, começam a ventilar também notícias sobre demanda que devem dar suporte, como ocorreu neste pregão”, explica Steve Cachia, consultor de mercado da Cerealpar.

Cachia afirma ainda que o principal fator para o mercado brasileiro é a trajetória altista do dólar. E explica ainda que poucos negócios acontecem neste momento. “Saem apenas alguns poucos negócios tanto da safra velha, quanto da nova, mas nada em grandes volumes Isso porque na safra velha a disponibilidade é limitada já que estamos na entressafra e, na safra nova, os produtores não se comprometem demais porque sempre há o risco de o dólar continuar subindo e indicar preços até melhores”, diz.

E o dólar subiu novamente nesta segunda-feira, chegando a beirar os R$ 4,00. A moeda norte-americana trabalhou bem  próxima deste patamar, porém, perdeu força depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou que “o veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste dos servidores do Judiciário não deveria ser derrubado”, segundo explicou a agência de notícias Reuters. Esta poderia ser, no meio de tantas más notícias, uma boa, ajudando os investidores em uma retomada.

Dessa forma, a soja disponível fechou estável em relação à última sexta-feira no porto de Rio Grande, com R$ 84,20 por saca, mas subindo 1,23% para R$ 82,00 no terminal de Paranaguá. Já no mercado futuro, estabilidade em Rio Grande com R$ 83,50 e alta de 1,25% em Paranaguá para R$ 81,00 por saca. No interior do Brasil, o dia foi de estabilidade para as cotações na maior parte das principais praças de comercialização.

Além disso, a demanda pela soja brasileira também ainda se mostra bastante aquecida, o que vem sendo refletido pelos prêmios pagos nos portos – que superam US$ 1,00 por bushel sobre o valor praticado em Chicago nas posições mais próximas de entrega – e pelos números das exportações do Brasil.

As vendas de soja em grão na terceira semana de setembro (13 dias úteis) apresentaram uma média diária de 190,1 mil toneladas, totalizando 2.472 milhões de toneladas no período. Esse volume é 56,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgados nesta segunda-feira (21), que apontam ainda um crescimento de 20,1% na receita deste volume, mesmo com a desvalorização das cotações na Bolsa de Chicago.

Segundo dados da alfândega da China,  as importações de soja brasileira pela nação asiática apresentaram alta de 27,5% em agosto em relação ao mesmo período do ano passado. No total a China importou 5,53 milhões de toneladas no período, e 6,37 milhões de toneladas da oleaginosa em julho.

Bolsa de Chicago

Segundo explicaram analistas internacionais ouvidos pelo portal Agrimoney, os fundos de investimento “se tornaram um pouco mais positivos em relação às commodities agrícolas, pela primeira vez em nove semanas, estimulados pelos indicativos de uma safra menor de milho nos EUA, principalmente”. Dessa forma, a soja iniciou a semana buscando um recuperação depois das baixas acentuadas da última sexta-feira (18), mas mais de uma semana de mercado de lado e de pouca oscilação.

Paralelamente, as notícias que partem sobre a China e sua demanda por soja também favorecem a formação das cotações, de acordo com os especialistas ouvidos pelo site internacional Agriculture.com. Nesta semana, o presidente chinês Xi Jingping visita os EUA junto com sua delagação e as expectativas são de que os negócios entre os dois países no complexo soja cresçam ainda mais.

O USDA, nesta segunda-feira, trouxe duas boas notícias da demanda. Outra venda nesta segunda – de 240 mil toneladas de soja em grão para destinos desconhecidos foi anunciada, e os embarques semanais norte-americanos superaram as expectativas do mercado. Na semana que terminou em 17 de setembro, os EUA embarcaram 502,846 mil toneladas de soja em grão, enquanto os traders esperavam algo entre 350 mil e 500 mil toneladas.

No entanto, do outro lado dos fundamentos, a oferta poderia pesar sobre as cotações de forma mais acentuada na medida em que a colheita nos Estados Unidos avança.

Os relatos de produtividade que chegam das lavouras norte-americanas parecem indicar uma produção regular, como explica o consultor em agronegócio Ênio Fernandes. Para ele, quando a nova safra norte-americana efetivamente chegar ao mercado, os preços da soja poderiam testar níveis ligeiramente mais baixos, próximos dos US$ 8,50, porém, não menos do que isso. A tendência é de que as cotações busquem uma acomodação.

Ainda nesta segunda, o USDA traz seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras e há expectativas do mercado de que já sejam reportados os primeiros números oficiais da colheita da safra 2015/16 e podendo ficar entre 3% e 4%. Além disso, há a espera também pelas condições das lavouras dos EUA.

Fonte: Notícias Agrícolas

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