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Soja volta a subir em Chicago nesta 3ª; colheita nos EUA tem impacto limitado no mercado

Os preços da soja sobem na manhã desta terça-feira (20) na Bolsa de Chicago. As cotações dos principais vencimentos trabalhavam com altas de pouco mais de 2 pontos, por volta das 7h40 (horário de Brasília), com o novembro/15 valendo US$ 8,94 por bushel.

O mercado internacional, além de observar seus outros fundamentos, vinha esperando pela atualização dos índices de colheita nos EUA, os quais foram trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim semanal de acompanhamento de safras, após o fechamento do pregão.

E o reporte chegou em linha com as expectativas do mercado, porém, ainda exibindo um dos melhores ritmos de colheita no país, além de elevados índices de produtividade nos principais estados produtores da oleaginosa nos EUA. Até o último domingo (18), os trabalhos foram concluídos em 77% da área, contra 62% da semana anterior. O número ainda supera o total do ano passado, de 51%, e a média dos últimos cinco anos, de 68%.

Para o analista internacional Al Kluis, da Kluis Commodities, no entanto, esses números devem ter pouco impacto sobre o mercado, já que não fugiram muito das projeções dos traders.

“O boletim ficou bem próximo do que eu esperava, foi neutro tanto para o mercado da soja quanto do milho, que podem registrar ainda mais estabilidade”, disse, em entrevista ao portal internacional Agriculture.com. “Veremos nosso último boletim de acompanhamento da safra dos Estados Unidos na próxima semana. Toda atenção agora está se voltando para a América do Sul”, completou.

E as previsões para a próxima semana, no Brasil, já começam a indicar a chegada de algumas chuvas à região Central do Brasil, onde o plantio quase não caminha em função do tempo excessivamente seco. Entretanto, as precipitações ainda devem ser irregulares e de baixo volume, como explicam os meteorologistas, e devem começar a melhorar no início de novembro.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

O bom ritmo da colheita da safra 2015/16 dos Estados Unidos e mais as previsões de chuvas para regiões produtoras do Brasil na próxima semana pesaram sobre as cotações da soja na Bolsa de Chicago na sessão desta segunda-feira (19). Assim, o mercado internacional da oleaginosa terminou com baixas de 6,4 a 7,2 pontos entre os principais vencimentos, com o contrato novembro/15 terminando o dia com US$ 8,91 por bushel, enquanto o maio/16 ficou em US$ 9,03.

Segundo explicou o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, Camilo Motter, esse é um dos melhores ritmos para os trabalhos de campo nos Estados Unidos dos últimos anos e vem exercendo essa pressão sazonal e já tradicional sobre os preços neste momento.

“E temos ainda os relatos de boa produtividade. Então, nessa altura, já podemos dizer que temos uma safra de 105 a 106 milhões de toneladas, e sem descartar ainda um novo recorde”, diz. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras no final do dia com o índice atualizado da área já colhida no país, que até o último dia 11, estava em 62%.

Paralelamente, o clima para a nova safra do Brasil. Para a próxima semana, apesar de ainda irregulares, são esperadas chuvas mais volumosas para o Brasil. O cenário de stress em importantes regiões produtoras da oleaginosa poderia ser amenizado com a chegada dessas precipitações, porém, ainda não de forma definitiva.

“Ainda não há uma garantia de que vamos ter chuvas generalizadas e de bons volumes a pontos de permitir um avanço significativo dos trabalhos de campo. Mas, o fato de termos um atraso no plantio, que veio dando sustentação há alguns dias, levando o mercado acima dos US$ 9,00 durante alguns dias, e depois termos algumas previsões de chuvas, isso influenciou negativamente no decorrer”, explica o analista.

Entretanto, ainda segundo Motter, a demanda, que segue consistente, ameniza essa pressão dos fundamentos de oferta. Não só os números que chegam dos Estados Unidos são positivos, mas também os que partem do Brasil.

Nesta segunda-feira, por exemplo, o USDA reportou os embarques semanais norte-americanos da oleaginosa em mais de 2,6 milhões de toneladas, contra expectativas que variavam de 1,2 a 1,8 milhão de toneladas, além de superar o número da semana anterior. Assim, no acumulado da temporada, os EUA já embarcaram 14,8% a mais de soja do que no mesmo período da temporada anterior.

Além disso, o USDA trouxe ainda um novo anúncio de venda de soja em grão para a China de 238 mil toneladas da safra 2015/16 dos EUA.

Paralelamente, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, informou que o Brasil já embarcou 50,8 milhões de toneladas de soja até este início de outubro, número que era a última meta revisada da Conab. A projeção agora é de 51,1 milhões de toneladas.

Mercado Interno

No Brasil, segunda-feira de preços em alta. Enquanto as cotações recuaram em Chicago, o dólar voltou a subir nesta segunda-feira frente ao real e, apesar de devolver boa parte durante a sessão, fechou o dia em campo positivo.

A moeda norte-americana encerrou os negócios, portanto, cotada a R$ 3,8768, com leve ganho de 0,09%. Na máxima da sessão, a divisa bateu em R$ 3,9262 ainda refletindo as preocupações dos investidores com o futuro político e econômico do Brasil.

Dessa forma, as cotações da soja subiram não só no interior do Brasil, como no mercado disponível do porto de Rio Grande, onde encerrou o dia valendo R$ 82,00 por saca, com alta de 2,38%, já o mercado futuro manteve os R$ 83,00. Em Paranaguá, R$ 82,50 no disponível e R$ 82,00 para a soja da safra nova, ambas estáveis.

Fonte: Notícias Agrícolas

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